Gravidez no Canadá: Serviços de assistência no pós-parto em Calgary

Maternidade Out 16, 2017

Continuando a série de "gravidez no Canadá", hoje eu venho contar pra vocês como foi o meu pós-parto por aqui e como funcionam os serviços de assistência que o governo oferece para as famílias.

Importante dizer mais uma vez: tudo é de graça. Desde a descoberta da gravidez, o parto, o hospital, anestesista, consultas do bebê - e os serviços que eu vou contar hoje.

Durante a estada no hospital é uma tranquilidade. Eles nos ajudam em absolutamente tudo e nos ensinam como fazer. A maior preocupação das equipes de saúde é se a gente tem apoio pra cuidar do bebê.

Afinal de contas, a mulher que acabou de ganhar bebê tá cheia de hormônios, com a cabeça uma bagunça, pensando em tudo que tá acontecendo.

O puerpério não é fácil e muitas mulheres sofrem de depressão pós-parto ou do agora famoso "baby blues"..

A sensação de vazio após o nascimento do bebê, onde a atenção é toda voltada quase que exclusivamente pro bebê, é uma coisa real e séria. Não é fácil ficar sozinha nesse momento e eu tive que aprender a lidar com a situação.

Dito tudo isso, o governo oferece vários serviços após o parto.

  1. Enfermeira da Família: No dia que tu chega do hospital em casa tu vai receber uma ligação da enfermeira da família da unidade mais perto do teu endereço. Elas te dão a opção de tu ir na unidade de saúde ou recebê-la em casa.

Nós optamos por recebê-la em casa, onde eu me sentia mais confortável e foi maravilhoso.

Ela chegou aqui com uma bolsa gigantesca e tinha até uma balança pra pesar a bebê. Ela preenche um questionário com as nossas informações. A primeira a ser examinada foi a Beatrice.

Ela fez todos os exames necessários, ouviu coração, testou todos os reflexos, coordenação motora, a pega da amamentação e mais um monte de coisa.

Depois passamos para a amamentação em si, ela me ensinou como amamentar, me instruiu sobre todas as coisas relacionadas ao leite materno, a fórmula, quantos ml nós precisávamos suplementar, já que a Beatrice era prematura.

Ela me mostrou como fazer e foi super gentil conosco. Depois disso, ela entregou a Beatrice pro pai dela e veio me examinar.

Conferiu os remédios que eu ainda estava tomando, examinou se o útero tava voltando pro lugar, examinou tudo que precisava com relação ao pós-parto, checou tudo.

Depois disso, nos deu várias instruções sobre maternidade em geral. Conversou com o Fernando, explicou pra ele que os hormônios da gravidez não eram fáceis de lidar e que ele precisava ficar atento aos sinais de depressão e exaustão. Disse que ele tinha que me ajudar e fazer o papel dele de pai. (Não que ele precisasse que alguém dissesse isso, mas é sempre bom escutar né?)

Ela me disse que tava tudo bem se a Beatrice chorasse, que eu tinha que ficar tranquila e cuidar de mim para poder cuidar dela. A visita durou pouco mais de 4 horas. Nos deu todos os contatos dela caso precisássemos e nos forneceu vários folders com informações.

Ela ainda agendou uma consulta com uma médica consultora em lactação para conversar e tratar da quantidade de leite materno, a pega da Beatrice, a translactação se necessária.

  1. Consultoras de Lactação: Elas trabalham em breastfeeding clinics e são médicas ou enfermeiras. É tudo de graça e tu pode consultar quantas vezes tu precisar.

Eu precisei ir em 4 consultas até aprender a dar o peito pra Beatrice, até ela aprender como pegar no meu peito e mamar. O início foi muito difícil e eu tava exausta da função. A gente tem que se doar 100% pra esse momento e tentar com todas as forças.

Após as quatro consultas, constatamos que a Beatrice tinha um freio no lábio superior que atrapalhava a mamada, mas eu e o Fernando optamos por não fazer a cirurgia de remoção, por ser muito dolorida pro bebê e não ser garantia de sucesso na amamentação (no meu caso específico e depois eu explico o porque).

Acontece que ela precisava ser suplementada por ter sido prematura e lá no hospital eles deram a fórmula em uma mamadeira, o que foi um desafio pra gente.

Nós demos o leite na seringa, nós usamos o copinho, nó tentamos a translactação. Tudo pra que a Beatrice desacostumasse da mamadeira. Depois de tudo isso, ela finalmente pegou no peito certinho, coisa mais querida.

Eu precisei tomar 2 tipos de remédios pra ajudar na produção do leite. Quanto mais remédio eu tomava, menos leite eu tinha. Eu tenho redução de seios e minhas glândulas mamárias não foram preservadas na cirurgia, então meu corpo não conseguia mais produzir leite.

O pouco que eu tive, eu dei pra ela por 2 meses. Eu conseguia dar um pouco no peito a cada mamada e tirava com a pump entre as mamadas pra juntar tudo numa mamadeira e o Fernando poder me ajudar de madrugada.

Tentamos, conseguimos e o leite acabou. Beatrice nunca perdeu peso, já é maior que 75% das crianças da idade dela. É um bebê saudável e feliz. E se alimenta de fórmula.

Tudo isso foi feito com a ajuda da médica e da enfermeira de lactação. Elas me ajudaram no processo de transição sem o peito e me ajudaram a entender que às vezes as coisas não saem como a gente planeja. E tá tudo bem com isso também.

Importante lembrar que qualquer procedimento cirúrgico que o bebê venha a precisar é coberto pelo Alberta Health Care, tudo de graça.


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Até o próximo!

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