Primeira experiência no Hospital em SF

Mar 14, 2014

Olá!

Pois é, isso mesmo. Não é novidade que eu vivo em médicos, fazendo exames, sempre com alguma dor de estômago, gastrite, asma, dengue, H1N1, etc. Mas eu juro que tento me cuidar!

Aqui não foi diferente. Para os que já me conhecem bem isso não é novidade, mas para os outros eu vou contar como funciona a minha vida: eu to sempre com dor de estômago, azia, gastrite, cólica menstrual ou algo do tipo. Eu herdei isso da minha mãe, ela é igualzinha. Estômago sensível. Nós chamamos isso de "féfa" ou "quiprocó". A Anita chama isso de "pirocóptero" vai saber. Lá em casa quando fala isso, todo mundo já sabe que passou a noite inteira vomitando e com dor de estômago.

Desde terça-feira eu to com a tal da "féfa". Primeiro achava que era cólica menstrual e tals. E de fato, era um pouco. Mas eu tinha muita dor abdominal, dor de barriga e vômitos. E claro, eu e o meu diploma de medicina, já estamos cansados de saber como se curam essas coisas: com o tempo e TROPINAL! (Esse é um remédio mágico da gastrite e não pode ser tomado sem prescrição médica, assim como qualquer outro remédio, mas eu sou teimosa).

Quarta não consegui ir pra aula, passei o dia todo meio ruim da barriga e do estômago. De noite cheguei até a comer carne que o Fê fez em casa. Pq eu fui fazer issssssssssssso meu deus! Quase morri na madrugada de dor e vomitando.

Quinta não teve jeito, vamos fazer uma visita ao hospital pq a dor não passava de jeito nenhum.

O Hospital que eu fui era o  . Primeiro teve toda a guerra até achar o hospital. O Fernando queria me levar de ônibus pro Chinese Hospital. Imaginem a minha vontade de matar esse guri! Depois ele disse que era brincadeira. Aí ficou me assustando que iam me operar por nada, roubar meus órgãos e cobrar todo o dinheiro que a gente tinha guardado pra viajar. Nisso eu comecei a chorar e ele viu que era hora de parar de brincar. hehe

Pegamos um Lyft (depois conto mais sobre ele!) que é um sistema de carona aqui em SF, melhor e mais barato que táxi, e fomos pro hospital.

Eu fui atendida em praticamente 5 minutos por uma equipe muito legal. Passei por 2 triagens com 2 enfermeiras que viram que eu tava bem assustada pela dor e por não saber explicar direito o que sentia em inglês. Fernando me ajudou a explicar e em 10 minutos eu já tava sendo medicada.

Me deram remédios pra náusea e MORFINA pra dor no abdômen! Achei que eu ia morrer naquela hora, nunca tinha sentido aquela sensação horrível de pegar fogo por dentro. Depois da tormenta veio a calmaria e dor acalmou meio redundante isso.

Fui atendida pelo médico de plantão, super gente boa também. Me examinou, perguntou se eu tinha algum médico particular aqui, pq eles poderiam chamar, legal né?

Enfim, eu tive que fazer uma ecografia pra ver o estômago e uma tomografia computadorizada pra ver o apêndice. Meus exames de sangue e urina ficaram prontos em menos de uma hora. Não esperei muito pra fazer os outros exames e me levaram pra todos eles de maca hehe Fui melhor atendida do que quando me operei em 2012, até fiquei em quarto de atendimento privado...

Me viraram do avesso e só acharam uma intoxicação alimentar, por isso as dores abdominais tão intensas. Já fiz uma bateria de exames e sei que tá tudo bem. Tive alta do hospital às 16 horas da tarde (chegamos lá antes das 9!). Agora to tomando antibiótico e um remédio pra vômito e dor de barriga, que são controlados, comprados na farmácia com o meu nome e a dose exata do medicamento (nada de ficar guardando o que sobrar!) e que custaram míseros 6 dólares, os dois!

Eles disseram que em 2 dias eu vou me sentir melhor.

A única coisa que ainda dói é a minha barriga e meu braço, por causa da "borboleta" pra tirar sangue e colocar os remédios. No Brasil nunca conseguem tirar sangue, a não ser na mão, no pulso, ou no meio do braço, o que é bem ruim.

Notem que eu tenho duas pulseiras na mão: uma com todo meu histórico e código de barras e outra laranja por causa da minha alergia a alguns medicamentos 

Hoje tá ficando assim: roxão e com um caroço enorme :( - disseram que fica pior! 

Meus pais ficaram bem preocupados. Conversei com a minha mãe depois e ela ficou tranquila. Ela me disse que não entendia o que iam fazer se fosse o tal do apêndice, e meu pai só gritava: vão operar! haha

A conclusão que eu tenho pra tirar de tudo isso: Eu não ia morrer de dor no Brasil. Mas com certeza, mesmo com plano de saúde, eles levariam pelo menos 1 hora pra atender, mais trinta minutos pra me medicar e não levariam uma intoxicação alimentar tão a sério como levaram aqui.

No Brasil, só vão ver se é o apêndice quando a pessoa tá no chão morrendo já. Eu sei disso pq já fui pra hospital com dor abdominal pensando ser o apêndice, e fiquei 2 horas (SEM EXAGEROS!) em uma sala com 40 pessoas doentes aguardando pra fazer um ultrassom, enquanto eu vomitava sem parar. E eu tenho plano de saúde! E é muito bom!

Ou seja, se tem algum lugar pra ficar doente, tem que torcer pra que seja aqui. Claro, tudo isso desde que se tenha plano de saúde. Sem ele, ou tu morre ou fica falido e tem que te mudar pra um dos pontos turísticos de SF e trocar informações por dinheiro.

Mas no mais é isso. Vou ficar melhor :)

California Pacific Medical Centrer

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